O discurso urbanístico disciplinar aciona o conceito de comunidade para fundamentar e legitimar as intervenções na cidade e encobrir os acordos com o capital (imobiliário, político, turístico), aplicando os termos vazios de cidadania, revitalização, segurança, ordenamento, acompanhados da encenação política e midiática da consulta e participação popular. O objetivo é deter qualquer emergência excremencial, evocando uma concepção territorial e, logo, política, cuja premissa — transformada numa ordem lógica e “euclidiana” — supõe o espaço enquanto qualitativamente infinito, regular, homogêneo que se abateria sobre “algo” desmaterializado e indiferenciado.